sexta-feira, 17 de maio de 2013

Magliani - A Solidão do Corpo








A exposição “Magliani – A Solidão do Corpo” acontece, atendendo a um convite-pedido do Secretário da Cultura de Porto Alegre, senhor Roque Jacoby.
 Fui convidado para ser o curador da mostra e a realização se dá através da Coordenação de Artes Plásticas do Município, sob o comando da artista plástica Anete Abarno e equipe. No primeiro momento de idealização dessa mostra-homenagem à Magliani, pensei imediatamente em alguns nomes e, de pronto, lembrei que o fotógrafo Luiz Carlos Felizardo havia feito um ensaio com ela, nas ruínas do antigo Colégio Anchieta e que isso, hoje, seria um ítem talvez esquecido na totalidade da obra do prestigiado artista, e que este mesmo ensaio, para ser publicado, em 1971 no jornal "O Pato Macho", sofrera censura. "O Pato Macho" era um jornal alternativo que abrigava nomes como os jornalistas Renato D´Arrigo, Cói Lopes de Almeida e Luis Fernando Verissimo, cuja programação visual (dizia-se assim) era do Signovo, algo avançado para época, um escritório de programação visual, design, logotipias, etc, sob o comando de Cláudio Ferlauto e o Felizardo já estava nessa equipe. Como o Felizardo concordou em participar da homenagem e a Magliani teve um passado de atriz, fui em frente e convidei a atriz Izabel Ibias para realizar uma performance na noite de abertura (a qual abordará aspectos da condição feminina, ou seja, algo a ver com a temática dos trabalhos de Magliani). Avancei mais e reuni textos dos críticos Jacob Klintowitz e André Seffrin, da curadora Denise Mattar e depoimentos do dramaturgo Ivo Bender, e dos artistas visuais Eduardo Vieira da Cunha, dos artistas plásticos Julio Castro (colega de atelier de Magliani no Rio) e Teresa Poester, e ainda a colaboração especial do poeta Luiz de Miranda, com um poema.
Serão exibidos trabalhos desde os anos 1960 até a data de morte da artista, em 21 de dezembro de 2012. O trabalho mais antigo data de 1965 e os demais cobrem as décadas de 1970, 80, 90 e anos 2000, distribuídos entre pinturas, esculturas, desenhos, gravuras, esculturas e objetos.

Renato Rosa
Curador



EXPOSIÇÃO MAGLIANI – A SOLIDÃO DO CORPO
De 28 de maio a 28 de junho de 2013
Segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h 30min às 18h
Paço dos Açorianos - Praça Montevidéu, 10 – Centro Histórico – Porto Alegre
Contatos: (51) 3289-3735 ou acervo@smc.prefpoa.com.br






quarta-feira, 8 de maio de 2013

Ruth Schneider - Saudades



Há setenta anos atrás, nascia em Passo Fundo uma dessas vocações de gosto e artificio expressionistas que só a arte nos faz saborear. E se impõe com a mesma impetuosidade de um furacão na singeleza de um fabulário artístico e memorial, do broto dessa artista, Ruth Schneider, que já nos anos 80 iria satirizar contagiantes alegrias e sonhos... Com simplicidade e conhecimento pictórico, Ruth pintou o mundo, seu, de memória e passado, e de quem difama, ou quem viveu na lama do jogo e da boêmia. Vitrine do sexo. Rua de rufiões e gigolôs argentinos que habitavam seus sonhos de menina e mulher. Das Histórias contadas por sua vó Ida! De cabarés! e o "CASSINO DA MAROCA". Que assim tornaram-se reais para seus pais, Canhotinho e Nina, um casal quase naif na memória da artista a colar a vida de almanaque e quadrinhos reveladores das suas lembranças. Falar de Ruth é transportar para a tela sua vida projetada para os caricatos personagens desse Cassino, onde ela se insere também. Com seu bordel - cordel que cantam cores únicas de luz  ingênuas e dissimuladas, patéticas e obsessivas, pela ternura pura de intimidades carnais e, apaixonadas por nossas vergonhas, em meio aos burburinhos dos arredores das mesas de canto, boleros, chorinhos e canções de Noel e Lupicínio, prá dizer ao mundo que viveu sempre com "saudades" do que sempre quiz viver... Ruth teve uma carreira artística brilhante e premiadíssima que culminou com sucesso na Bienal de São Paulo em 1991, e várias exposições no exterior. Atualmente o Museu de Passo Fundo leva seu nome. E mantém seu mundo de personagens e artista, vivos, na tela, passando devagarinho no tempo. Como um relógio tiquetaqueando para trás...  Até nascer de novo, lá em maio de 1943.
Zé Augustho Marques
Poeta e Crítico de Artes.

                                                       
SCHNEIDER, Ruth
Sem título - Sem data
acrílica sobre madeira recortada 
Doação Renato Rosa
Acervo Pinacoteca Aldo Locatelli
 
Ruth Schneider – Saudades


De 8 a 17 de maio no Paço dos Açorianos, sede da Prefeitura de Porto Alegre, estará exposta uma obra da Pinacoteca Aldo Locatelli assinada pela artista Ruth Schneider. Nascida em Passo Fundo - cidade que abriga um museu em sua homenagem - a pintora, gravadora e desenhista, que completaria 70 anos neste mês, participou em importantes mostras no Rio Grande do Sul e em diversas capitais brasileiras, além de ter sido selecionada em 1991 para a XIX Bienal Internacional de São Paulo.


EXPOSIÇÃO RUTH SCHNEIDER - SAUDADES
De 8 a 17 de maio de 2013
Segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h 30min às 18h
Paço dos Açorianos - Praça Montevidéu, 10 – Centro Histórico – Porto Alegre
Contatos: (51) 3289-3735 ou acervo@smc.prefpoa.com.br